O
contato entre bebês e suas mães é fundamental para o desenvolvimento de um
recém-nascido. Porém, para crianças que nascem prematuras, e precisam passar um
tempo na UTI, esse contato mais próximo nem sempre é possível. Um projeto do
Rotary Club de Foz do Iguaçu-Grande Lago, porém, veio para tornar esse contato
mais próximo e confortável para mamães e bebês na cidade paranaense.
Projeto do Rotary em Foz do Iguaçu ajuda a reduzir mortalidade de bebês prematuros
Chamado
de Mamãe Canguru, o projeto foi implementado na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTI Neonatal) e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do
Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC). Com aporte de US$ 32 mil, incluindo
recursos da Fundação Rotária, o Rotary Club de Foz do Iguaçu-Grande Lago
equipou o hospital com oxímetros, colchões, poltronas, redes para incubadora,
cobre-leitos de incubadora, monitor multipareamento e slings canguru. O projeto
teve ainda a parceria do Rotary Club de Vishrambag, na Índia.
Mas o
que seria uma mamãe canguru? “É um contato pele a pele. A mãe tira a blusa, usa
um avental, coloca o bebê e deixa, no mínimo, uma hora no contato pele a pele.
Isso regula a temperatura do bebê, reduz o risco de apneia e aumenta o vínculo
afetivo”, explica Camila Cristina de Freitas, enfermeira da unidade neonatal do
HMCC. O bebê pode ainda ser envolvido com o sling, tipo de faixa para segurar a
criança junto ao corpo da mãe, ou ser segurado com a mão.
O
HMCC é referência em gestação de alto risco e neonatologia, atendendo a nove
municípios da região, além de brasileiras que vivem no Paraguai. Hospital
Filantrópico, mantido pela Fundação de Saúde Itaiguapy, o HMCC é conhecido por
seu atendimento humanizado, destaca Alexandre Kraemer, associado do Rotary Club
de Foz do Iguaçu-Grande Lago que esteve à frente do projeto. Kraemer também foi
secretário municipal de saúde de Foz do Iguaçu nos anos de 2010 e 2011.
“A
ideia do projeto é criar um ambiente acolhedor para a família, pai, mãe e
criança, e dar a chance de o prematuro se recuperar. A criança que tem esse
contato tem um prognóstico melhor”, destaca Alexandre.
O
projeto, inaugurado na metade de 2020, permitiu a compra de equipamentos que
tornam o tempo do bebê no hospital mais confortável e seguro, como colchões
flexíveis que dão uma sensação semelhante a de estar no útero materno.
“Onde
foi implementado, o Mamãe Canguru melhora os índices de mortalidade infantil”,
diz Alexandre, referindo-se ao sucesso de outros hospitais que já possuem o
mesmo sistema.
Um
dos aspectos mais importantes do projeto para a redução da mortalidade é o
contato próximo das mães, que auxiliam a equipe de enfermagem a monitorar a respiração
dos bebês.
A
enfermeira Camila explica que bebês prematuros podem parar de respirar de
repente, já que neles, a respiração não é algo que aconteça “automaticamente”,
como nos adultos ou crianças que nasceram em um tempo normal de gestação.
A
presença das mães e o monitoramento constante dos aparelhos permitem que a
equipe de enfermagem seja alertada imediatamente assim que um bebê para de
respirar. “Agora, se o bebê começa com uma pausa respiratória, a gente já
sabe”.
Ela
conta que há mães que acompanham os bebês o tempo inteiro em que eles
permanecem internados. Em média, a UTI do HMCC atende de 40 a 50 bebês
por mês. Camila também fala sobre outros benefícios que o projeto proporciona.
“O Mamãe Canguru auxilia no aumento do peso do bebê, e os bebês saem mais rápido
(da UTI) do que quando a mãe não fica perto”, conclui.
Publicado em julho 25, 2022
*Por
Aurea Santos, especialista em Comunicação no escritório do Royary International
no Brasil
https://rotaryblogpt.org/2022/07/25/rotary-projeto-da-mais-conforto-e-seguranca-em-uti-neonatal/#more-3211
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