sexta-feira, 4 de maio de 2012

O QUADRO ASSOCIATIVO E A CONTINUIDADE DO ROTARY - 2

Continuação da mensagem de Clifford J. Dochterman, Ex-Presidente do RI, aos governadores na Assembléia Internacional de 2008

Podemos expandir o quadro associativo do Rotary ao conservarmos o que temos no momento.
No mundo dos negócios é de conhecimento geral que é melhor manter um bom cliente do que encontrar clientes novos. Cerca de 15 por cento dos rotarianos deixam a associação todos os anos. Certamente, não podemos mudar a dura realidade de que todos os anos algumas pessoas inevitavelmente falecerão.
Mas que sugestões poderão dar aos clubes para que possam prevenir que os associados atuais abandonem a associação? Muitos deixam a associação após um ou dois anos apenas.
Um importante passo para mantê-los interessados é a primeira impressão que causamos quando os conhecemos.
É vital oferecermos uma orientação de alta qualidade sobre o Rotary. Os novos associados merecem uma introdução digna sobre o significado da associação. Uma apresentação deve conter informações sobre nossa rica história, tradições e costumes. Além disso, patrocinadores ou mentores podem narrar suas experiências rotárias.

A segunda etapa seria oferecer aos novos associados oportunidades de servir em projetos relevantes do clube. Desta maneira, desde o início se sentiriam bem-vindos pois estariam envolvidos em atividades sociais e de prestação de serviços. Só assim poderão se sentir úteis e totalmente integrados à vida rotária.
A terceira sugestão que tenho a fazer para conseguirmos reter nossos associados é sermos pacientes e reconhecermos o impacto da tecnologia moderna na vida dos jovens profissionais e empresários. As exigências do século XXI são extremas para os jovens executivos e administradores – o que não acontecia 30 ou 40 anos atrás. O advento dos laptops, IPads, iPhones e outras formas de comunicação eletrônica, requer que os executivos de hoje tomem decisões instantâneas, tendo que estar de prontidão 24 horas por dia, mesmo quando seus escritórios estão localizados do outro lado do mundo. Muitos deles não têm a opção de responder “quando eu voltar do almoço do Rotary eu resolvo”. Percebo que muitos jovens rotarianos e possíveis associados são forçados a deixar o clube já que não podem obedecer à imposição de que “temos que ter 100 por cento de frequência no clube”, sendo que no regimento interno está estipulado que devemos ter 50 por cento de frequência.

Na verdade, se realmente quisermos atrair as novas gerações, muitos de nós, da velha guarda, temos que estar dispostos a mudar nossa maneira de pensar. Devemos tornar as nossas próprias regras mais flexíveis, para melhor acomodar as exigências e expectativas que os executivos de hoje têm que encarar.

Outro fator que afeta a retenção é o grau em que os novos associados são aceitos em um círculo pré-estabelecido, que há muito frequenta o clube. Quantos clubes possuem um grupo maravilhoso de amigos rotarianos que sempre se sentam juntos todas as semanas, na mesma mesa, sem pensar em convidar um novo sócio para juntar-se a eles? Por acaso já esteve em um clube onde ouviu dizer: “olha, você não pode sentar- se aí. Esse lugar é do Charlie — ele senta nesta cadeira há 20 anos!” Esses amigos maravilhosos não percebem que, na verdade, estão privando outros associados de travar amizades, e que esta não é a essência do companheirismo. Novos associados e convidados entendem rapidamente que nunca se tornarão parte dessas panelinhas fechadas. Desistem de se tornar rotarianos e passam a ser apenas mais uma estatística negativa para o Rotary.

Outras razões principais de não conseguirmos reter associados são a baixa qualidade das reuniões, atividades de prestação de serviços desinteressantes e eventos sociais que não despertam o interesse de jovens profissionais. As reuniões de clube devem ser interessantes agradáveis, divertidas e relevantes para merecerem a dedicação dos atarefados jovens executivos. Os clubes que se conformam em ter reuniões enfadonhas, cansativas e mal organizadas, inevitavelmente terão problemas de retenção. Caso as reuniões semanais não atendam às expectativas dos rotarianos, não levará muito tempo para que fiquem desmotivados, preferindo comparecer a reuniões de negócios, estar com a família ou engajados em outras atividades comunitárias.

Para conseguirmos manter os associados atuais devemos indicar para outros clubes aqueles que estiverem mudando de cidade ou de emprego. Quando um sócio dedicado se muda para outro local, temos a responsabilidade de comunicar ao clube daquela comunidade sobre esse fato. Um clube perderá e outro estará ganhando.

Finalmente, devemos estar alertas aos sintomas que levam à desistência. Baixa frequência, não participação em eventos oficiais, falta de interesse nos projetos de prestação de serviços ou atividades de captação de recursos, e problemas aparentes relacionados à família ou negócios podem ser indicações de que um sócio estará, em breve, abandonando o clube. Muitas vezes uma conversa franca resolverá a questão e o sócio decidirá permanecer. Esse é o verdadeiro espírito da família rotária.

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