terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ministério da Saúde e Rotary reforçam compromisso em erradicar a poliomielite no mundo


Brasil foi um dos primeiros países a erradicar a doença com estratégias de vacinação e é referência na eliminação do vírus no resto do mundo 

EVANSTON, USA (11 de Novembro, 2013) — O compromisso do Ministério da Saúde e do Rotary em contribuir com a meta de erradicação da poliomielite no mundo será reforçado na próxima terça-feira, 12 de novembro, com a assinatura de uma declaração durante o “Simpósio sobre as Estratégias para atingir a Erradicação da Poliomielite no Mundo”, em São Paulo (SP). O documento destaca a importância do apoio técnico e do intercâmbio de conhecimentos com países que ainda registram casos da doença.  

Essa declaração reitera o pacto assumido pelo Brasil e por outros membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Assembleia Mundial da Saúde, realizada em maio deste ano, quando adotaram o Plano Estratégico para Erradicação da Pólio, que tem como objetivo erradicar a doença no mundo até o final de 2018. 

O simpósio é uma iniciativa do Rotary, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA/CDC, Fundação Bill e Melinda Gates e do Ministério da Saúde. Entre os participantes estão 50 representantes das principais sociedades científicas do país. 

“O Rotary está envolvido desde o inicio do processo oferecendo apoio aos países que ainda registram casos de poliomielite. A conquista da erradicação no Brasil é um exemplo para outros lugares do mundo. Por isso, a assinatura da declaração reforça o compromisso do nosso país em contribuir e trocar experiências para alcançar a erradicação da pólio até o fim de 2018,” destaca Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde. 

Carol Pandak, diretora do programa de erradicação do Rotary Internacional, ressalta a importância deste compromisso: “A transmissão contínua de uma doença terrível e deformadora ao segmento mais vulnerável da população: crianças menores de 5 anos, já faz deste trabalho um assunto de extrema importância. Mas se falharmos, como sociedade, perderemos também um investimento global que agora totaliza mais de US$10 bilhões – incluindo US$1,2 bilhão em doações de rotarianos. Isso poderia fazer com que 200.000 crianças fossem vitimadas anualmente dentro de uma década, e gerar a reintrodução da poliomielite em países já livres da doença”.

ERRADICAÇÃO - O Brasil foi um dos primeiros países a erradicar a poliomielite com estratégias de vacinação. A primeira campanha nacional foi realizada em 1980. Até a década de 1970, registravam-se cerca de dois mil casos da doença por ano no Brasil. O último caso brasileiro aconteceu em 1989, na Paraíba. Desde 1994, o país mantém o certificado emitido pela OMS de erradicação da doença. 

Anualmente, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, em parceria com estados e municípios, por intermédio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Apesar de o Brasil não ter mais registro de casos, é importante manter campanhas anuais, pois o poliovírus, causador da enfermidade, pode ser reintroduzido no país já que ainda existe circulação no mundo. 

PREVENÇÃO – O Brasil é um dos únicos países da América Latina – ao lado da Argentina e Uruguai – que já iniciou a substituição da vacina contra pólio, da forma oral para a injetável. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a nova forma de imunização seja utilizada de forma exclusiva quando a doença for erradicada em todo o mundo.

A diferença entre as duas vacinas é que a oral é produzida com vírus vivos atenuados e a injetada com vírus inativados. Com a mudança, o pequeno risco de eventos raros, como casos de paralisia associada à vacina, deixa de existir. A vacina é extremamente segura e não há contraindicações, sendo raríssimas as reações associadas à administração.  

A troca está sendo introduzida de forma gradual, desde agosto de 2012, no Sistema Único de Saúde (SUS).  Até que a doença seja erradicada em todo o território mundial, a utilização da vacina injetável (VIP) acontecerá em esquema combinado com a oral (VOP). Nas duas primeiras doses, aos dois e quatro meses de idade, a criança recebe a VIP. Na terceira dose, aos seis meses, e no reforço, aos quinze meses de idade, recebe a VOP. 

“Vale ressaltar que não existe tratamento para a poliomielite. A prevenção é possível apenas pela vacina, que protege contra os três sorotipos do poliovírus. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Ela é recomendada mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia”, esclarece Maierovitch. 

SOBRE A DOENÇA - A poliomielite é uma doença viral, causada por poliovírus e subdivide-se em três sorotipos (1, 2 e 3). É altamente contagiosa, e afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas da doença (febre, fadiga, cefaleia, vômitos, rigidez no pescoço e dores nos membros), mas excretam o vírus em suas fezes, portanto, podem transmitir a infecção para outras pessoas.
 
Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local, favorecem a transmissão. O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de sete a 12 dias, podendo variar de dois a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.

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