Brasil foi um dos primeiros países a erradicar a
doença com estratégias de vacinação e é referência na eliminação do vírus no
resto do mundo
EVANSTON, USA (11 de
Novembro, 2013) — O
compromisso do Ministério da Saúde e do Rotary em contribuir com a meta de
erradicação da poliomielite no mundo será reforçado na próxima terça-feira, 12
de novembro, com a assinatura de uma declaração durante o “Simpósio sobre as
Estratégias para atingir a Erradicação da Poliomielite no Mundo”, em São Paulo
(SP). O documento destaca a importância do apoio técnico e do intercâmbio de
conhecimentos com países que ainda registram casos da doença.
Essa
declaração reitera o pacto assumido pelo Brasil e por outros membros da
Organização Mundial da Saúde (OMS) na Assembleia Mundial da Saúde, realizada em
maio
deste ano, quando adotaram o Plano Estratégico para Erradicação da Pólio, que
tem como objetivo erradicar a doença no mundo até o final de 2018.
O
simpósio é uma iniciativa do Rotary, com o apoio da Organização Mundial da
Saúde (OMS), UNICEF, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA/CDC,
Fundação Bill e Melinda Gates e do Ministério da Saúde. Entre os participantes
estão 50 representantes das principais sociedades científicas do país.
“O Rotary
está envolvido desde o inicio do processo oferecendo apoio aos países que ainda
registram casos de poliomielite. A conquista da erradicação no Brasil é um
exemplo para outros lugares do mundo. Por isso, a assinatura da declaração
reforça o compromisso do nosso país em contribuir e trocar experiências para
alcançar a erradicação da pólio até o fim de 2018,” destaca Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Carol
Pandak, diretora do programa de erradicação do Rotary Internacional, ressalta
a importância deste compromisso: “A
transmissão contínua de uma doença terrível e deformadora ao segmento mais
vulnerável da população: crianças menores de 5 anos, já faz deste trabalho um
assunto de extrema importância. Mas se falharmos, como sociedade, perderemos
também um investimento global que agora totaliza mais de US$10 bilhões –
incluindo US$1,2 bilhão em doações de rotarianos. Isso poderia fazer com que
200.000 crianças fossem vitimadas anualmente dentro de uma década, e gerar a
reintrodução da poliomielite em países já livres da doença”.
ERRADICAÇÃO - O Brasil foi um dos primeiros países a erradicar a
poliomielite com estratégias de vacinação. A primeira campanha nacional foi
realizada em 1980. Até a década de 1970, registravam-se cerca de dois mil casos
da doença por ano no Brasil. O último caso brasileiro aconteceu em 1989, na
Paraíba. Desde 1994, o país mantém o certificado emitido pela OMS de
erradicação da doença.
Anualmente, o
Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra
Poliomielite, em parceria com estados e municípios, por intermédio do Programa
Nacional de Imunizações (PNI). Apesar de o Brasil não ter mais registro de
casos, é importante manter campanhas anuais, pois o poliovírus, causador da
enfermidade, pode ser reintroduzido no país já que ainda existe circulação no
mundo.
PREVENÇÃO – O Brasil é um
dos únicos países da América Latina – ao lado da Argentina e Uruguai – que já iniciou
a substituição da vacina contra pólio, da forma oral para a injetável. A
recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a nova forma de
imunização seja utilizada de forma exclusiva quando a doença for erradicada em
todo o mundo.
A diferença
entre as duas vacinas é que a oral é produzida com vírus vivos atenuados e a
injetada com vírus inativados. Com a mudança, o pequeno risco de eventos raros,
como casos de paralisia associada à vacina, deixa de existir. A vacina é
extremamente segura e não há contraindicações, sendo raríssimas as reações
associadas à administração.
A troca está
sendo introduzida de forma gradual, desde agosto de 2012, no Sistema Único de
Saúde (SUS). Até que a doença seja
erradicada em todo o território mundial, a utilização da vacina injetável (VIP)
acontecerá em esquema combinado com a oral (VOP). Nas duas primeiras doses, aos
dois e quatro meses de idade, a criança recebe a VIP. Na terceira dose, aos
seis meses, e no reforço, aos quinze meses de idade, recebe a VOP.
“Vale
ressaltar que não existe tratamento para a poliomielite. A prevenção é possível
apenas pela vacina, que protege contra os três sorotipos do poliovírus. A
eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Ela é recomendada mesmo para as
crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia”, esclarece Maierovitch.
SOBRE A DOENÇA - A
poliomielite é uma doença viral, causada por poliovírus e subdivide-se em três
sorotipos (1, 2 e 3). É altamente contagiosa, e afeta principalmente crianças menores
de cinco anos de idade. O vírus é transmitido através de alimentos e água
contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso.
Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas da doença (febre, fadiga,
cefaleia, vômitos, rigidez no pescoço e dores nos membros), mas excretam o
vírus em suas fezes, portanto, podem transmitir a infecção para outras pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário