quarta-feira, 30 de maio de 2018

O ROTARIANO E OS RECONHECIMENTOS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA

Por Patrícia Gonçalves Nogueira, Rotary de Itaúna – Distrito 4560, Governadora 2001/2002
Fui admitida ao Rotary em 1989, mas, como todos sabem, eu já possuía uma grande vivencia rotária através da convivência com minha família e com outros companheiros rotarianos.
Digo sempre que meu primeiro amor não foi o Rotary, mas sim a Fundação Rotária. Por ter tido a oportunidade de receber grupos de IGE e acompanhar meu pai em eventos rotários regionais e nacionais, foi crescendo meu carinho e minha admiração por esta entidade.
Em agosto de 1990, um ano após minha admissão oficial ao Rotary, fiz minha primeira contribuição à Fundação Rotária e ao longo dos anos tentei sempre fazer minhas doações. Minha meta era oferecer ao meu irmão e padrinho no Rotary o primeiro título de Companheiro Paul Harris, e também obter o meu reconhecimento, metas alcançadas em abril de 1992.
Quando minha família aumentou com a chegada dos meus sobrinhos, estabeleci uma nova meta: oferecer a todos eles o mesmo reconhecimento, para que fossem gratos à organização que estava proporcionando ao mundo a possibilidade de erradicar a pólio. Em 1994 foi o Rafael, em 1995 o Guilherme, 1996 foi a vez do Bernardo (título que ganhei em um sorteio na Conferencia Distrital). A Débora foi agraciada em 1997, julho de 2002 foi a vez do Otávio, 2006 o João Vitor, 2008 a Ana Clara e o João Eduardo e em 2010 a Bruna. Meta concluída com muito sucesso e alegria, todos os reconhecimentos entregues em reuniões especiais para a finalidade proposta.
Nesta caminhada ainda tive a oportunidade de contribuir com títulos a amigos merecedores deste notável reconhecimento. Em 2013, fiz meu último repasse para o fechamento de um reconhecimento e, desde então, continuo contribuindo e estudando quem será o meu próximo homenageado.
Todas estas contribuições foram fruto de minha renda pessoal (com exceção do título do Bernardo), muitas vezes com grande sacrifício, mas com muita alegria e gratidão por tudo que o Rotary e a Fundação Rotária trouxeram para a minha vida.
Recebi os devidos reconhecimentos por estas doações e passei a me preocupar mais com esta questão, pois observei que alguns clubes e rotarianos estavam buscando estes reconhecimentos fugindo à nossa Prova Quadrupla.
Sempre entendi que o reconhecimento só pode ser oferecido à pessoa, ou ao clube e depois com a ABTRF, às empresas que realmente tivessem feito a doação.
Em 2007, perguntei aos funcionários do escritório do Rotary em São Paulo se eles tinham como negar o envio dos reconhecimentos para pessoas que, na realidade, não eram os verdadeiros doadores. Eles disseram que infelizmente tinha que acreditar na palavra do rotariano.
O que estava e ainda está acontecendo?
O clube faz um evento e envia uma doação para a Fundação Rotária e agracia uma pessoa com o título de Companheiro Paul Harris (até aí tudo certo), mas alguns clubes ao enviar esta doação solicitam que seja dada uma safira adicional para uma pessoa que já tem o título de companheiro Paul Harris. Infelizmente, muitas vezes isso é feito pelo presidente do clube ou até o governador que é associado do clube.
Eu pergunto: isso é justo?
Desde 2007, guardo um debate sobre este assunto que aconteceu em um grupo de rotarianos pela internet. Durante estes quase 11 anos tenho acompanhado o tópico e vejo que a cada dia aumenta a busca desenfreada de alguns rotarianos por reconhecimentos nem sempre justos.
Será que a necessidade crescente dos curadores da Fundação Rotária em aumentar as doações não tem levado muitos rotarianos a quererem “comprar” o seu reconhecimento sem meditarem sobre o verdadeiro sentido desta doação?
Os clubes e os distritos estão agindo de forma transparente com as doações provenientes de eventos públicos, rifas, venda de panetones, casinha da ASR e outras formas utilizadas para levantar recursos para a Fundação Rotária? Ou estão agindo em benefício próprio? Alguns distritos arrecadam dinheiro de vários clubes e no final a contribuição é enviada em nome do clube do governador. O clube arrecada dinheiro de um evento público e homenageia um rotariano em vez de homenagear uma figura proeminente na cidade e ainda dá a outro rotariano uma safira?
Sou amplamente favorável às campanhas e/ou eventos de arrecadação de fundos para serem doados para a Fundação Rotária, mas gostaria que os rotarianos fizessem suas doações à luz da nossa Prova Quadrupla.

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